Quem foi Allejo?

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e você teve uma infância ou adolescência nos anos 90 e passava horas na frente do Super Nintendo, é bem provável que um nome esteja gravado em sua memória futebolística digital com letras douradas: Allejo.

Ele não era só um jogador. Era um mito, uma lenda, uma entidade suprema capaz de driblar 4, fazer gol de bicicleta e voltar pra recompor a zaga. Se Pelé é o Rei na vida real, Allejo é o semideus dos gramados virtuais. Mas… quem foi Allejo de verdade?


O craque que não existia — ou existia?

Allejo surgiu no clássico International Superstar Soccer (ISS), jogo da Konami lançado originalmente para Super Nintendo em 1994. O título marcou época com sua jogabilidade fluida, gráficos impressionantes para a época e — claro — os nomes fictícios dos jogadores.

Por questões de licenciamento, a Konami não pôde usar os nomes reais das seleções. Assim, surgiram figuras como Gómez (Argentina), Krol (Holanda), Premoli (Itália) e o mais lendário de todos: Allejo, o camisa 7 da “seleção brasileira” dentro do jogo.

Mesmo sem ter existido de verdade, o sujeito jogava mais que Romário, mais que Bebeto, mais que o Zico, o Sócrates e o Ronaldinho Gaúcho juntos (exagero? Sim, mas que gamer nunca sentiu isso?). Ele era simplesmente o herói de todo mundo que jogava ISS.


Mas por que Allejo?

A origem do nome ainda é envolta em mistério. Alguns dizem que foi um nome aleatório. Outros acreditam que era uma brincadeira fonética com nomes latinos ou portugueses. A verdade é que a galera da Konami usou nomes genéricos baseados no idioma do país em questão.

No Brasil, a coisa pegou fogo: com a popularidade do jogo, Allejo virou cult. Ele se tornou meme antes dos memes existirem. Surgiram camisas com o nome dele, vídeos de jogadas épicas no YouTube, fanfics, lendas urbanas. Um tempo depois, foi quase canonizado como “o maior camisa 7 da história que nunca existiu”.


A confirmação

Em 2021, o perfil oficial da Konami no Brasil finalmente respondeu à pergunta que há décadas fervia na cabeça dos fãs: Allejo era, sim, inspirado em BEBETO. A revelação veio de forma casual, como quem não quer nada, e gerou uma comoção nacional no Twitter.

“Allejo era o Romário, claro. O baixinho era o rei dos videogames também.” — @KonamiBrasil

O tweet foi simples, mas foi o suficiente para quebrar a internet gamer brasileira por um dia.

O legado do nosso camisa 7

Hoje, Allejo é mais do que um personagem de videogame. Ele é símbolo de uma era. Representa uma geração que jogava com controle torto, soprava fita, dividia TV com a novela e gritava gol com delay de som 16-bits.

Ele sobreviveu à era do PlayStation, ao FIFA, ao PES e até ao futebol da vida real, que muitas vezes era menos divertido do que ver Allejo fazendo chover em campo virtual.

E sabe do melhor? Mesmo depois de tantos anos, ninguém joga como Allejo.

Autor

Cássio Freire
Cássio Freire
Amante dos retrogames, vivi intensamente a era de ouro das locadoras e dos 16 bits. Cada pixel carrega uma memória, cada fita soprada uma história. Aqui, luto para manter viva a chama da cultura retrô e compartilhar essa paixão com quem também sente saudade dos bons tempos.

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